14.12.10

'pdv'!

Realmente não faz idéia de como esse prazo quebra minhas p...de novo! Mas vamos lá!

7.12.10

Desabafo

Parece até brincadeira, sinceramente! Não fosse pelo conteúdo, diria que meus dois últimos sonhos são frutos do meu inconsciente. Se forem, ok: não diria exatamente sozinha, mas falei, falei, falei - misto de irritabilidade com consciência do sentir; mas há momentos em que já não 'interessa' mais. Acho que quando esses se unem e você percebe o seu redor, o todo, fica complicado não desabafar (algo que a intimidade [?] te permite fazer). E foi um DESABAFO - que não exige necessariamente sensatez, mesmo quando se percebe esse redor, afinal, é justamente nesses momentos que nossos sentimentos vem com (me perdoem a redundância) uma verdade 'real'!
Se não forem, por que me vem de novo os sonhos é uma boa pergunta.
Pelos detalhes nada a ver com o assunto em questão, que quiabos devo entender desses benditos sonhos? :( Bem podiam mudar de rasa!

5.12.10

Há vários ângulos!

Coisa gozada: Já era sábado quando falava sobre ceder alguns materiais meus (salvo casos especiais, pois sei da seriedade com que será tratado) e hoje, entra-me uma rasa discutindo o mesmo (provocação...rs): Por que não adicionar, ceder, simplesmente contribuir? Estaria a liberar uma pequena parte, um pequeno espaço, um conteúdo par.
A resposta foi simples: não se faz nada sozinho e sempre se precisará do outro. Fato. Nunca me furtei a ajudar alguém sempre que pude, sempre que solicitada, e às vezes mesmo sem o ser. Primeiro, porque gosto e acho que estamos aqui pra contribuir, somar e também porque sou muito ajudada e agradecida por isso, mesmo ignorando quando sou. E embora continue, esses últimos tempos e o ''calejar'' mostraram que para que algumas atividades se formalizem, tendo em vista as circunstâncias em que foram realizadas, não seria o 'somar' a questão, mas o deixar de 'fazer'. Não, não se trata de egoísmo, muito pelo contrário. E sim, pode não se fazer nada e demorar horrores para realizar; e aí, nem se liberou nem se fez, mas cautela, vez ou outra, nunca fez mal a ninguém. Nesse sentido, tenho aprendido a ser [mais] cautelosa. Mas quando eu digo que cedo e dou, eu o faço e com prazer!
Um exemplo atual tem muito a ver com o que citava no sábado: 1°- se se 'expuser', até que se saiba o que vai, nada de material; 2°- se houver um espaço, ai, sim, há o inverso e todos tem que entrar; 3°- o conjunto do território será resultado da construção. Logo...

4.12.10

''É onda que vai, é onda que vem..."

Sempre falo muito do mar e do meu fascínio por ele e mesmo febril, hoje fui vê-lo muito cedo. Andei e andei, senti a maresia, o vento a balançar meus cabelos, as ondas revoltas e sentei-me a contemplá-lo. A cada onda, uma vivência com ela voltava, momentos, palavras, fragmentos...que se misturaram à sede de uma ''liberdade especial'' e ao descobrir!
Amo a vida e amo...talvez por isso, a cada dia que passa sinto que mereço mais; cada vez mais sinto que eu também posso e que depende de mim mais que dos outros. Aquela coisa de mais que ao outro, amar a si e se dar o direito de querer mais...e eu quero; eu posso!
Gosto das palavras claras, diretas, sem rodeios...mas também intuo e intuo muito. Pequenos detalhes, palavras, ações completam-se ao perceber o outro e delatam...desmentem, contradizem, observam, penetram...se eu disser, por exemplo, ''não vai haver uma próxima'' não é porque condiciono ou refuto, mas estou dizendo que também tenho direito de viver essa 'liberdade', com tudo e mais um pouco. Há meses, em meu pensamento e coração, as situações vão se moldando, as passagens vão voltando e respondendo aos questionamentos, às indagações; e nesses últimos dias intensificaram-se; por isso o 'despedir', por isso as muitas palavras pra serem ditas...enfim, o mar sempre me inspirando!
Mas as horas me fizeram despedir aos menos dele e assim, deixei aquele mar lindo e devagar fui caminhando até chegar ao que pode e deve ser um novo começo. Nunca senti tanta segurança num 'sentir' como hoje, porque fiz minha parte, porque tentei, porque senti; e por vezes as palavras de um querido amigo me vem à cabeça: "O tempo sempre se manifestando...não pára!". Oh, vida cheia de suas surpresas e nuances...sempre nos mostrando mais que pedimos e levando mais que queremos!

"N
ossos olhos não são nosso espelho, pois em alguns, nos embaçam o ser, impedindo-nos a visão; mas em outros são nossa plenitude d'alma, que se vista com cuidado e carinho, desnudam todos os nossos sentimentos"

20.11.10

Dia em que a consciência tem cor!

Todos os 20 de novembro faço um post no blog em homenagem ao Dia da Consciência Negra. Já falei do dia, do por quê de ser Zumbi dos Palmares seu ''representante-mor'' e etc. Hoje, não me repetirei nos textos, nem mesmo me preocuparei em dissertar, como acadêmica, sobre tal tema, pois nesses dois anos de blog muitos foram os escritos em que o debati. Não. Ele é muito pessoal, sem pretensão de ser 'o texto'; e que traz à cena aqueles que são e serão 'o amanhã': os jovens!

Há alguns dias, tive a oportunidade de perceber de uma forma mais ativa o quanto esses 'personagens' de cotidianos distintos, porém com uma causa comum, são protagonistas desse universo negro e suas vicissitudes, deficiências, lutas, belezas, raízes...e o mais importante: são protagonistas com embasamento, conhecimentos téorico, prático e também (por que não dizer?) simbólico do que são as lutas e as conquistas do Movimento Negro brasileiro sob todas as suas nuances. Confesso que fiquei surpresa, por um lado; e muito feliz, por outro.
Fiquei surpresa, porque não tinha a noção, naquelas proporções, do quanto a juventude negra se inseria nessa luta; e claro, essa surpresa vem muito do que pude partilhar nesses mais de dois anos. Feliz, porque o que vi foram jovens - muito jovens - com uma disposição e um conhecimento de causa impressionantes, para alguém que, não desmerecendo ou rotulando, não imaginava a proporção em que se dava a inserção dessa juventude na luta por seus direitos, por melhorias, por reconhecimento (justo, vale dizer!) e direitos iguais - de condições e de participação também!

Diferente de muitos, não sou militante, coordenadora de nenhum movimento ou mesmo participante de uma forma efetiva nessa esfera das entidades do movimento negro brasileiro. Sou uma pesquisadora que entrou nesse universo de uma forma aparentemente 'ocasional', mas que, no fundo, era só aparente; pois havia raizes - minhas - muito fortes que precisavam, na hora certa, se manifestar. Assim, envolvi-me na causa por um ângulo distinto, mas não menos importante. Trabalho com velhos, jovens e com crianças. Um trabalho de formiguinha, é verdade, porém com uma apreensão 'filha da mãe', que me faz discorrer e me surpreender a cada passo dado (estamos sempre aprendendo!). Talvez por tudo isso, ao observar, apreender e, principalmente, aprender com aqueles jovens, tive uma concepção gigantesca do quão importantes, delicados e necessários são esses ''passos''. Mal sabem eles como aprendi! Mal sabem eles como ter participado daquele momento influirá nos jovens daquelas comunidades quilombolas. Mal sabem eles como, naquele momento, 'acasos' não se faziam presentes!

Sempre tive uma opinião à parte sobre as entidades do MN e seus coordenadores. Não generalizando, mas as disputas internas e também de vaidade, que se manifestam no que tange ao 'poder de poder', às influências e etc, nunca me atrairam numa possivel 'coligação'; sobretudo quando se observa pelo campo político, dos partidos e tudo mais. Mas isso é outra história que deixo para um outro momento. Quando não se está ativamente num processo como esse, ainda que proferindo uma opinião pessoal e assumidamente leiga, uma palavra ou afirmação sobre é, até certo ponto, desnecessário, para não dizer perigoso.

E assim, finalizo, desejando que os próximos '20 de novembro' possam representar mais que uma data que, no frigi dos ovos, é de reconhecimento de uma causa, de uma história: que eles representem a vitória de uma causa justa, da união de 'passos' transformados em realidade. Aos jovens que tive o prazer de conhecer, meus sinceros desejos de sorte, de sucesso nas suas movimentações, de continuidade com condições para a realização dos trabalhos aos quais esses vem desenvolvendo; e desde já eles tem em mim uma parceira. Hoje, coadjuvante nesse processo. Amanhã, são outros quinhentos (rsrs). :P

Como o contexto do meu trabalho é 'quilombola', deixo a letra Jogo de Angola, de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, brilhantemente cantada por Clara Nunes:

"No tempo em que negro chegava fechado em gaiola, nasceu no Brasil quilombo e quilombola; e todo dia, negro fugia, puxando a curriola;
de estalo de açoite de ponta de faca e zunido de bala; negro volta pra argola, no meio da senzala
e ao som do tambor primitivo, berimbau mharakê e viola, negro gritava ''abre ala, vai ter jogo de angola''
(...)
E a dança que era uma festa pro dono da terra; virou a principal defesa do negro na guerra pelo que se chamou libertação;
e por toda força, coragem e rebeldia, louvado será todo dia, que esse povo cantar e lembrar o jogo de Angola, na escravidão do Brasil"

23.10.10

De repente, lembrei...

Há tanto tempo fazendo do computador um parceiro inseparável (e necessário, admito!), quase não tenho o mesmo tempo para uma prática constante nesses 20 anos: escrever - riscar - por palavras - 'me' traduzir usando caneta e papel preparado, qualquer... salvo minha agenda, que sofre com meus momentos/rompantes numa literatura que beira ao realismo [romântico] dos meus 'sentires', para muitos intraduzíveis (rs)!
De repente, lembrei com saudades do que disse certa vez um jovem mancebo - há muuuuuuito, mas muito tempo - trazendo nas mãos um pedaço de papel com breves e apaixonantes palavras que falavam do seu fascínio (que também é meu!) por esse ato. Não é um simples 'escrever', mas muito de nós vai junto nessa prática!
Ps: Engraçado que também de repente - não sei por que 'cargas d'água' - fez-me lembrar e questionar (a partir de observações) sobre qual o mais "genioso"!
Coisas de uma rasa!

20.10.10

Entre 'sim' e 'não', o país tem um "Estatuto da Igualdade Racial"


Há anos o Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.228/2010) vem sendo discutido e motivo de muitos embates. Em julho deste ano foi sancionado pelo Presidente da República e hoje, entrou legalmente em vigor. Dentre as diretrizes estão 65 artigos que devem atingir cerca de 90 milhões de pessoas, tratando de campos distintos como: saúde, cultura, educação, esporte e lazer, direito à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos religiosos, acesso à terra e à moradia adequada, trabalho e outros.
Antes da sanção o Estatuto gerou uma infinidade de críticas, manifestos contrários e revoltas por conta de mudanças que precisaram ser feitas para que o documento fosse aprovado/sancionado e assim, no final, acabasse por deixar uma parcela satisfeita e outra nem tanto. Não vou aqui comentar de todo minha humilde opinião sobre esse assunto, pois significaria bater de frente com certas posturas não menos justas, mas cujo fim nem sempre justificam os meios. So just!

A grande discussão dentro das modificações girou em torno das cotas. Daí, sob as vértices de sinhá, pode-se refletir: as cotas foram um marco e caminho necessários, mas não devem se 'eternizar'. Na luta por um Brasil mais igual não se pode querer que os filhos dos que são/foram cotistas também entrem na universidade pelo mesmo viés, já visualizando esse caminho como única alternativa; e sim, que venham a competir com igualdade de oportunidades, de condições. Para isso, políticas públicas, ações distintas, focadas devem ser feitas e agilizadas; sem brigas por entidades que querem ter seu quinhão na parte, ou que se sustentem única e exclusivamente atraves de projetos que não prosseguem, logo não concluem o objetivo proposto. A causa é maior!
Não se muda uma herança colonial da noite para o dia e justamente por isso, promover a mudança implica em trabalhos contínuos. Todos tem vez e voz e podem/devem contribuir. Que há divisões, jogos de interesse e muita gente grande envolvida, é fato. Mas se não houvesse, dificilmente se chegaria ao que se tem na atualidade, incluindo uma Secretaria (hoje Ministério). Portanto, sem desmerecer os muitos e grandes nomes do movimento negro e entidades que efetivamente trabalham para que as mudanças acontecam (fora os favoritismos que as imputam 'politicamente', as/os influentes); mas principalmente por eles, vamos carregar essa bandeira e fazer nossa parte!

Sob esse aspecto, é oportuno citar o fato de estarmos na reta final de um período eleitoral, que tem sido muito questionado pelo movimento negro nacional pela omissão por parte de todos os candidatos à presidência, reforçada no segundo turno, para as questões raciais. O Censo 2010 está ai para comprovar o quão negro é o Brasil e quão erroenamente desigual também! Alguns diriam que a omissão é proposital e falar sobre isso implicaria em uma possível complicação quanto à perda de "votinhos básicos", afinal, para muitos ainda não é interessante igualdade - racial, econômica, social e etc. Diriam também que as bases tanto governista quanto oposição - representantes do movimento negro e com acesso direto e indireto -, não estariam interessados num confronto imediato ou poderiam sofrer algumas perdas (pessoais, coletivas...) cujo risco é melhor evitar; e "que se fale de Igualdade Racial quando as eleições passarem".
Estariam os que criticam de todo errado em suas palavras? Sim e não! Mas tenho lá minhas considerações sobre (não é difícil somar 2 + 2...!). O fato é que ninguém fala nem se compromete e as entidades do movimento estão se unindo (na condição de dar apoios) na cobrança de um maior comprometimento em torno dessa questão.


Em mais de um ano de campo, convivendo, aprendendo e observando o cotidiano de uma comunidade negra e suas práticas, posso dizer que nunca as diretrizes do Estatuto fizeram tanto sentido sob alguns pontos. Agora, pra que esse se amplie é preciso que tais diretrizes se efetuem e ai, há toda uma cadeia em volta de ações, pessoas, órgãos, academia e outros num trabalho conjunto.
A continuação da pesquisa, mesmo depois de formada e os muitos momentos de aprendizagem com a sinhá tem sido valiosíssimos para mim enquanto pesquisadora e também agente social nesse processo no qual me inseri; e entre idas e vindas, um consenso: nunca a universidade esteve tão preta e negros tiveram mais e melhor condições e acesso a bens materiais e imateriais também, há um tempo inimagináveis. Não devemos ignorá-los. Claro, não podemos ser utópicos e achar que está tudo resolvido ou se resolverá num passe de mágica com o Estatuto. Nesse 'universo negro' há muitos e muitas e nesse meio, um objetivo 'par' (leia-se: interesse conjunto!). Faltam adequações, posturas mais comprometidas, uma maior abertura para aqueles que de fato produzem; tem-se um longo e árduo caminho pela frente. Porém, um grande avanço foi dado e reconheçamos isso de forma positiva e comemoremos!

Que o Estatuto consiga cumprir seus objetivos (ou pelo menos grande parte dele) e ser um norteador importante na construção de um país mais igual, com condições iguais para todos! Para conhecê-lo na íntegra, basta entrar na página da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR).
Parafraseando um cdx, Hasta!

13.10.10

o barroco baiano, na 2a Atenas!

'Ao Luar' - Gregório de Matos

"Quando, à noite, o Infinito se levanta
À luz do luar, pelos caminhos quedos
Minha tátil intensidade é tanta
Que eu sinto a alma do Cosmos nos meus dedos!

Quebro a custódia dos sentidos tredos
E a minha mão, dona, por fim, de quanta
Grandeza o Orbe estrangula em seus segredos,
Todas as coisas íntimas suplanta!

Penetro, agarro, ausculto, apreendo, invado
Nos paroxismos da hiperestesia,
O Infinitésimo e o Indeterminado...

Transponho ousadamente o átomo rude
E, transmudado em rutilância fria,
Encho o Espaço com a minha plenitude!"

***
***

'Desarrollo' - de quem quiseres!

"Não só uma velha amizade, a confiança a transcender o visível, o suporte das muitas batalhas vencidas, a proteção
na paternidade. Mais: a estabilidade do poder 'de poder', do poder de 'ser' e a presença imposta na vontade 'do contínuo". Que audácia inquirir ou revelar o que no íntimo revelado sempre fora! No ''desarrollo'' dos caminhos, tudo vale mantendo-se o conveniente desejado. Ou não?!"

2.10.10

Não foi só 3 de outubro. Foi 3 de outubro!

Eu bem que tentei ser suscinta ao escrever esse texto, mas não consegui. Eleições só de 4 em 4 anos. So sorry! Comecei esse post dia 2 de outubro, ou seja, véspera das eleições. Ainda não havia sido confirmado o resultado, mas como (não) previam as pesquisas e contrariando muitos, deu 2° turno!
Ao assumir o Governo no dia 1°de janeiro de 2011 o próximo presidente vai estar sob o comando de uma economia em crescimento, um PIB que deve chegar a 7,5% ainda em 2010; uma inflação sobre controle, sediando a próxima copa do mundo dentre outros. Por outro lado, a crescente taxa de consumo que implica num maior (não necessariamente melhor) poder aquisitivo da população se não tiver atenção pode vir a ser um problema mais adiante (falta um link entre poder e manter), para além do desafio social, com indicadores que apontam números negativos ainda altissimos e continuarão a ser um desafio para os próximos anos - violência, educação, saúde, etc.

Confesso que essa eleição não trouxe o 'espírito (saudável) de disputas' - com embates pelo menos um pouco mais surpreendentes e também incisivos, com um diferencialzinho que fosse - que imaginei. Nunca vi tão morna e estática. Visualizo até Maquiavel retornando do século XVI e dizendo: "É! Eu bem sabia que, apesar das duras críticas, mesmo tendo em vista a época, minha obra continuaria a tomar corpo e voz!". O italiano que escreveu sobre o Estado e os governos de uma forma distinta, trazendo à campo como de fato eram - apesar de figurar numa época renascentista - não estava tão distante assim do que seria o que se pode chamar de 'pseudo política contemporanea'. No frigi dos ovos, tudo gira em torno do/por poder, que por sua vez implica em muitas outras esferas não menos desejadas! Detalhe: em nenhum momento desmerecendo aqueles que trabalham por uma mudança, por uma nova construção social e democrática no país, onde de fato todos tenham voz e vez!

Nessas eleições, das muitas discussões que ouvi, ninguém escapou: os programas de Serra e Dilma eram parecidos; não seria a Marina a governar, caso eleita, e sim, determinada figura do PV; da mesma forma no caso da Dilma, quem governaria seria o Lula. Aliás, Dilma venceu também nos discursos alheios: sua escolha foi uma espécie de plano B, porque o Dirceu estava manchado por conta do mensalão; que será facilmente manipulada; que foi construída pelo PT para disputar as eleições...mas há também quem acredite que o tiro sairá pela culatra e ela colocará as mangas de fora, dando uma volta em todo mundo e tomando gosto pelo poder, assim como a polidez e mansidão da ex-ministra é/foi uma capa criada e que a 'mãe dos pobres' nada mais seria que um sargento disfarçado.
No caso do Serra, que se perdeu ao não aceitar a presença do FHC, ao se precipitar e tomar algumas decisões erradas, prejudicando-o na campanha por não querer 'dever favores'; ao querer ser o 'Zé' e, principalmente, por não adotar a postura de 'Oposição' e sim, também de continuação (o que teria lhe tirado alguns eleitores fieis e antipetistas).
Os demais candidatos mais pareciam estar nessa labuta que é a corrida eleitoral pra contrapor em alguma medida com os demais e, por que não, descontar alguns poucos votos. All is possible?

Talvez seja muita pretensão minha discorrer mais uma vez sobre esse assunto, mas sempre ouvi que em política, os inimigos de hoje são os aliados de amanhã e vice e versa; e não é difícil imaginar a conjuntura que se formará na plataforma do próximo governo, que independente de quem for, terá, de certa forma, as mesmas medidas: as alianças, os acordos prévios, as concessões que são planejadas ou acordadas bem antes de a corrida oficial começar, e que só não se consolida em casos muito especiais; os partidos que deverão compor através das indicações, mesmo que essas nem sempre sejam do agrado de quem está no poder, afinal, foi preciso a aliança pra que se chegasse à vitória (ou pelo menos que se tentasse chegar a ela!) dentre outros. No fundo, a formação de uma teia de favores devidos é inevitável e os interesses formadores são a aranha a tecer a casa!

Também nunca escondi minha admiração pelo Lula e sua trajetória política quando ainda sindicalista, assim como reconheço algumas de suas 'afoitas' falas, posições, atos... Não, não acho que ele seja o 'senhor dos senhores' nem os 8 anos de governo foram perfeitos, mas não posso deixar de admirar a perspicácia e inteligencia (e por que não dizer também vaidade?) que fizeram-no o que hoje é e representa em âmbito nacional e global. As derrotas passadas deram-lhe o que muitos dos seus adversários doutores não conseguiram: aprender e apreender a política pela base e pelas laterais (dá pra entender o que quero dizer com isso?). Se permanecesse no antigo discurso dificilmente teria chegado à presidência; e se perdeu a referência esquerdista primada no início ou não são outros quinhetos que não me cabe (nem tenho cacife) pra discorrer.
Porém uma coisa é fato: Dilma não é Lula; e Serra é mais ferrenho do que quer aparentar.

Acredito que Dilma seja consciente que se sua vitória se confirmar, não terá sido mérito seu (temos que reconhecer!), e sim da representatividade do presidente Lula. Não fosse sua imagem ligada à dele e o discurso de 'nós fizemos', para além de outros detalhes (programas bem sucedidos - sejam eles continuação do governo anterior ou não! - e etc) sua vitória, se existisse, seria bem mais difícil. Já Serra, se por acaso virar o jogo, creio que se deverá em grande parte à migração de alguns votos verdes e também de uma metodologia diferente do 1° turno (se ele não aprender agora, não aprende mais!).
Independente de quem for eleito, não podemos esperar que se faça milagre, nem que todas as promessas serão cumpridas. O problema do Brasil ainda é remanescente do período colonial e não se muda do dia pra noite uma história como a nossa; mas o trabalho constante, a colaboração de todas as esferas, dentre as quais a sociedade, é um contributo decisivo no processo de mudança efetiva, positiva e democrática!

Sinceramente, não aponto o dedo pra nenhum, embora ainda veja o Serra como barrista. No caso da Dilma, não digo que a admiro nem o contrário; pois na realidade, pode-se conjecturar que sua real história política se construirá agora. Confesso que, apesar de muitas vezes sua figura transparecer receio, ela melhorou muito nos debates, nas respostas e postura e penso que não é tudo que se diz (de ruim!). Os bastidores dizem bastante, é verdade, mas diminuem e aumentam de acordo com os interesses; logo, muito do que se fala sobre Dilma quanto à sua severidade dentre outras coisas, pode até ter fundamento, mas ela também pode ser uma boa surpresa. Quando o Lula venceu a 1a eleição o Brasil ficou um caos por conta do medo que se tinha do que seria o seu governo, que já estava tachado como um desastre e aconteceu justamente o contrário. Só nos resta esperar pra ver. Acho que fica claro de quem foi meu voto,ne?
Foi um voto consciente, mas também solidário!

Que venha agora o 2° turno. Seja qual for o resultado, desejo boa sorte para o próximo presidente! Minha parte, enquanto cidadã, pesquisadora ...continuarei a fazer!
Se der Dilma, a resposta para se será a continuação, um novo começo ou tudo do avesso, os próximos 1.460 dias serão a resposta. Se der Serra, bem...que os prognósticos (ruins) não se repitam!

28.9.10

Gita

Depois de um dia longo e quente, Raulzito me recepcionou, graças a Hugo Reis e ao 106,noite.
Em uma das minhas músicas prediletas de sua obra, ele diz: "Eu sou o início, o fim e o meio". Não saberia dizer agora o contexto no qual ela figurou (alguns dizem ter a ver com o hinduismo), tendo em vista a formação filosófica do Maluco Beleza e suas muitas metáforas (sim, muitas!), embora toda 'Gita' se ampare na contradição (eu sou a vela que acende, a luz que se apaga/raso, largo e profundo/o tudo e o nada). Mas posso trasnportá-la para o meu, que não anda lá muito poético e ao mesmo tempo repleto, logo, contraditório!
Provalvente, salvo esse advérbio, nenhuma semelhança; mas ouvindo, Gita me fez recordar uma 'leva' de coisas e pessoas, que, ainda sob esse viés, poderia ser:

Consolar com carinho e palavras sinceros amigos queridos e ao mesmo tempo ser egoísta; ser cobrada por todos os lados e não poder cobrar por 'n' motivos; a coragem e o receio da transparência; não ter medo das palavras e da paciência!
A fome de saber e a teimosia fulgás; as lágrimas fugidias e os sorrisos; o mistério nada oculto e as descobertas; o olhar firme e a timidez natural; o sabiá e o tom...os sonhos invasores e os recados, e a realidade; as energias espontâneas e as a mim enviadas; o encanto e o encantar!
O olhar curioso, firme e matreiro e o perceber; a sensatez e a espontaneidade...ou a razão e o sentir?
as ações que advém das metas que resultam na realização; o amadurecer dos anos e os aprendizados com o amadurecer...
Ho, Ho...Quer saber? Isso é sono! Complexidade demais para uma ''cabeça-só'' e um ''só-texto''. Se continuar assim, termino o post questionando se com tantos advérbios (que me perdoe Raul pela pretensão), um dia poderei dizer que sou o início, o fim e o meio! :p

19.9.10

Só pra relatar!

***
Essa virada de sábado pra domingo pra mim foi absurdamente atípica, corrida, trabalhosa e com algumas ruguinhas querendo chegar (alguns dias parecem tão longos e distantes que há horas em que desejo apenas ''uma'' paz, um momento!); mas terminou com o mar e com uma extraordinária visão! Talvez uma sensação solitária e de repente o é, mas nunca havia presenciado e sentido o mar como hoje. Lindo!

Na última sexta foi aniversário de uma pessoa muito especial pra mim, que ontem me brindou com uma noite maravilhosa, como se aniversariante fosse eu.
Lá estava eu em mais um sábado labutando quando recebo sua ligação: "se arruma que estamos passando ai!". Detalhe: Não era um pedido, mas quase uma ordem (rs)! Como também sei obedecer (rs)...
Éramos um trio. Como das outras vezes acabamos na praia, na madrugada; e já é praxis, quis molhar os pés no mar, que estava altamente revolto. Assim, sem me importar com seus movimentos bravios, mas respeitando-os, deixei os jovens na escadaria e desci. Escalando pedras aqui e acolá, cheguei na segunda fileira antes das que a onda batia com verocidade.
Nossa! Nunca - nunca - havia tido uma visão como aquela. Simplesmente um espetáculo da natureza! Talvez pelo fato de o mar estar alto e revolto ou simplesmente pelo fascínio que tenho, senti-me sobre ele, numa solidão desejada, numa sintonia particular, com uma energia espontânea e bem-vinda. Ao mesmo tempo em que temia aquela verocidade, fascinava-me a amplitude que ela/ele me proporcionava...então, por um minuto,
"lembrei"...do quanto venho me surpreendendo comigo mesma!

Não sabem esses dois o quão ''mágico'' aquele momento foi e o quanto agradeço por ele!

14.9.10

:)

Uma sexta-feira à avessa, um sábado e um domingo à avessa e uma segunda à avessa numa 'vi-a-gem' = a uma terça-feira com um puxão de orelha especial e bem-vindo...
...no dia que faz exatos dois anos, começava a jornada em terras lusitanas!
Depois do puxão, recordei só as boas lembranças e pessoas e agradeci!

10.9.10

Profissionais de onde?

Eu disse que não escreveria sobre isso, mas uma conversa com uma amiga, tem 10 minutos, me fez mudar de idéia. E não, esse texto não é pra ser certinho ou mesmo suscinto. Simplesmente veio!
Falávamos sobre as eleições de outubro, os programas do governo e as políticas públicas. Talvez tenha sido o fato de ela falar que o constante trabalho em determinados espaços te endurecem quando o que está em jogo é o resultado final desse - que em sua versão significa dinheiro na conta no final do mês -, que me tenha provocado. E tudo começou por conta de uma experiência recente em uma comunidade rural...

Nos meus últimos contatos com um desses sítios, tive acesso a uma equipe médica que trabalha com o Programa Saúde da Famíla, do Governo Federal. Geralmente é formada por um clínico geral, um enfermeiro, um odontólogo e um auxiliar. A comunidade recebe a visita uma vez por mês dessa equipe, coordenada pelo agente de saúde local, que organiza sua chegada, avisando os moradores, organizando as consultas e etc. Até ai tudo bem. O que me deixou encucada, pra não dizer decepcionada/indignada foi o descaso que um deles mostrou com a comunidade.

Trabalhar com sítios rurais, de difícil acesso, isolados, com infraestrutura mínima ou inexistente, onde alguns 'sacrifícios (?)' tem que ser feitos para a realização dos trabalhos de forma satisfatória requer mais que profissionalismo (técnico, ético), mas principalmente desprendimento. Muitas vezes vão se deparar com faltas: saneamento, higienização, desinformação; ignorância (entendam no sentido correto!) entre outras coisas; com pessoas já debilitadas por uma vida de privações que só querem um atendimento digno e respeito. Vão ter que andar quilômetros no sol, porque o carro não consegue entrar mais; passar por caminhos arredios, porque um paciente mora afastado dos demais dentre uma infinidade de coisas.
Nesse caso específico, as condições eram até boas. Uma estrada nivelada e de fácil acesso, tempo pequeno até o sítio, local preparado para receber a equipe. Entretanto, o profissional que deveria estar ali para suprir, dentro do possível e cumprir sua função não só médica, mas também social, mal olhava para os seus pacientes, sequer sabia seus nomes e mal esses terminavam de falar o que sentiam, a receita já estava em suas mãos. Para se ter idéia, uma pessoa chegava com problema de pressão e recebia um encaminhamento de exames para problemas no ovário. Sem falar na grosseria...Como pode? Para alguém que trabalha a mais de um ano numa comunidade, o mínimo que se espera é que esse saiba, pelo menos, reconhecer uma boa parte de seus pacientes, olhar para eles enquanto falam, pois tem todo o dia ali só para atendê-los e a demanda não é tão grande.
Claro que não estou generalizando e há sim, equipes comprometidas que desenvolvem ótimos trabalhos. Mas a responsabilidade é só dele? Não. É do município, é do Governo, é minha, sua...

Fala-se muito no fomento a políticas públicas e etc etc etc. Ok. Mas políticas públicas sem um alicerce, um aparato que as configurem de forma a terem efeito de nada valem. É um trabalho conjunto e todos tem que fazer sua parte, incluindo a comunidade. Só tem uma coisa...esse tipo de trabalho requer de quem se habilita para o mesmo 'vestir a camisa' do projeto e TRABALHAR. Fazer por fazer, contanto que seu salário esteja no fim do mês na sua conta e a comunidade que se contente por ele estar lá, não adianta.
É no dia a dia com eles que se percebe como a demora e nulidade parcial desses programas se efetivam. Se for falar de outros como o Bolsa Família, então...não seria um texto, mas um livro. São bons programas, há bons profissionais, mas, em muitos casos, não se prepara a comunidade para esse programas, para essas políticas. Torno a repetir que é um trabalho em conjunto: Governo Federal, Estadual, Municipal , sociedade e por aí vai...

O mais incrível, pra não dizer 'gozado' disso tudo é que, falando do contexto no qual pesquiso, surpreenderia-se quem conversasse uns minutinhos com alguns moradores desses sítios. Eles compreendem mais e melhor desses Programas, dos pontos positivos e negativos e de como eles poderiam ser melhor aplicados do que muitos de nós, que nos formamos, pensamos e trabalhamos para elaboração, implementação e execução deles. Como diria meu queridissimo Borega, 'tudo está no princípio das intenções, minha cara'! Quem sabe?

Continuam chegando...

'Neste universo de esperanças'...
pequenos atos, gestos singelos, porém sinceros; toques simbólicos mas cheios de uma energia que só vincula, nunca separa, independente do 'caminhar',
causam uma sensação e diferença inimagináveis se se pensar pela simplicidade do que foi o agir...

Assim,
quando 'o tempo...sempre ele a se manifestar', na 'terapia da paciência', vier ao encontro desses mesmos caminhos, se já houve a perda e os sentidos; se revelará o que era, mas nunca foi; e se foi, continuam!
Continuam chegando...complexidade que no fundo, é um simples delatar de sonhos
'radicalizando o que precisa ser feito'!

23.8.10

Recorrentes...

Sempre que tenho sonhos estranhos, peço luz!
Num simples ato, sincero e sem intenções maiores,
sempre que tenho sonhos estranhos, peço luz!
Se há lembranças andantes, num ato simples,
na solidão de um canto meu, peço luz!
Esse sempre, vem recorrente e
continuo pedindo...peço paz e luz!

19.8.10

'Esse tempo'

''Como sois tola, criança
pois não me cres quando em vez
mesmo dizendo não temas,
vês o que o tempo quis mostrar
e deliras
ao interpretar essa parte da natureza!

Esqueces que esse tempo
pode ser pueril e traiçoeiro
quando responde aos atos impensáveis
negativos, mas seculares
heranças ancestrais
que muitos se negam a ver

Esse tempo me veio,
é verdade
sem avisar da sua passagem
movimentou os meus caminhos
como se nele fosse reinar
Sabia que eu seria tola
pois cria numa alma boa
que a mim veio apresentar
uma infinidade de outros caminhos
que jamais sonhara poder trilhar

Caminhos sublimes,
dotados de uma simplicidade
que não tem explicação
com pouco, tirou todo o velcro
a tapar o olhar para o mundo
e os bons, maus a rodear

Mas o tempo, guerreiro
também tinha um quê de fragilidade
que na sua crença autosuficiente
de que fiéis suas fendas são
impensadas passaram
qualquer força ou ato
dessa lealdade quase que
voraz, a lhe mudar as rotas
a lhe fazer fulgás

Sim, sois tola!
pois já houve o dia em
que a natureza ameaçou tomar do tempo sua parte atroz
esse ser tão caro, parte de uma criação divinal
é apenas um grão, sequioso de viver sua missão
de ser uma bela passagem, tão sincera quanto as vontades
de conseguir levar-te a paz

pois paz é seu maior desejo
harmonia entre todos os tempos
sua certeza é uma verdade
haverá um dia em que a realidade
se revelará,
começo, meio, contínuos
passos do que foi um dia,
do que é o dia
do que um dia foi,
do que um dia será!''

17.8.10

Drummond [Verdade]

"A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.

Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.

Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.

Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia."

16.8.10

[Medos]!

"Os medos...que temes? Que tememos?
Não. Tenho? Medo!
Não tenho medo de rupturas. Temo o acreditar!
Não tenho medo do 'tempo', mas de sentir a 'esmola' de um sentimento!
Não tenho medo dos caminhos, nem dos que inrropem os além dos seus. Tenho medo de um dia também desejar e 'inrromper'!
Não tendo medo das passagens corriqueiras, nem mesmo do cotidiano. Tenho sim, de acomodar-me com elas, só pelo prazer de haver a volta, do continuar!
Não tenho medo da indiferença. Tenho medo...de um dia também sentí-la e igualar!
Não tenho medo do amanhã. Mas como temo o vazio, a necessitar de linhas, cores!
Não tenho medo do oculto, mas de um dia também querer seu contrário!
Não tenho medo da experiência, porque sua falta é também o começo. Temo a piedade an[dante]'s!
Não tenho medo da parceria, dos interesses...temo que parte de mim interfira!
Não tenho medo do distante. Tenho medo de não sentir mais o respeito ao começo!
Não tenho medo do dia. Temo a minha consciência amanhã a cobrar!
Não tenho medo da vinda. Temo o escondido a me revelar!
Não tenho medo do ontem, mas de crer que é imaturo não questionar!
Não tenho medo do poder, mas do que ele consegue provocar!
Não tenho medo do sonho. Temo não merecer sua permissão!
Não tenho medo do medo. Temo não sentí-lo, impedindo o antônimo de chegar!
Então, não tenho...
o medo, não...
só temo
o tempo em que o 'todo' vier cobrar,
o que o medo [já não meu],
melindroso,
realizou temeroso
ao que um dia acreditou
não temer. Viveu?!"

10.8.10

"Mileeeena...tu não conhece política!"

Segundo Sartre, o homem primeiro existe e só depois se define (tenho lá minhas considerações). Possibilidades de cogitá-la sob um viés político, às vésperas de uma campanha eleitoral e logo para o cargo mais importante do país?
Nãaaaaaaao, não me atreveria a fazer tal coisa! Afinal, seu Borega disse hoje: "Mileeeena...tu não conhece política!" (rs)

À espera do meu 'verdinho', no portão de casa, entre mim e seu Borega acontecia uma conversa empolgada que girou em torno da entrevista da Dilma Rousseff ao Jornal Nacional na noite de ontem e que, na realidade, parecia tudo (precisamente um bombardeio), menos uma entrevista.
A tentativa do Bonner de desestabilizar a candidata petista e sua expressões contrariadas eram senso comum. Quando ela começava a responder à altura, cortavam-na; o que aliás, deu-se com a Marina ainda a pouco. Só que não é segredo para ninguém que a Globo, a Band e outras redes fazem campanha oposta ao Governo e pode-se observar facilmente desde as grandes às pequenas ações. Logo, Dilma na presidência significa continução - a priori - do Lula. Isso quer dizer que a ainda grande potência continuaria sem os mesmos privilégios de outrora. Como seu Borega é admirador e defensor fiel do Lula, cada palavra, gesto e etc não passavam despercebidos...e dá-le discussão, discussão, discussão...(rs).

Ao final, chegamos a um consenso nada original: em política, inimigos de hoje, aliados de amanhã!
A crise que se instalou no período pré-Lula ao acharem que ele faria do país uma verdadeira revolução foi alarme falso, contrariando as expectativas e fazendo com que o país crescesse (são inegáveis as melhorias feitas/acontecidas durante os últimos oito anos); as alianças com antigos opositores foram motivos de críticas quase crueis e deturpadoras do governo atual e a popularidade subindo, a aprovação nacional e internacional constantes;
as tão famosas concessões - deixo de estar hoje, para amanhã entrar com 'chave de ouro', que aliás vale para além do cargo de presidente - e uma infinidades de coisas mais!

Admito que as primeiras entrevistas, debate, notas, metas apresentadas da Dilma não me convenceram. Talvez nos próximos dias possa ter uma idéia melhor; são as primeiras observações...mas ainda não consegui ver nela a 'segurança', para alguém que deseja ser presidente de um país tão cheio de contrastes e interesses opostos como o nosso.
Li que alguns cientistas políticos já dão sua vitória como certa, mas o certo mesmo é que Dilma não é Lula, apesar de a ligação entre eles e o apoio do presidente serem seu maior trunfo. Sem isso, dificilmente estaria com os percentuais de hoje, isso é fato. Ela ainda era em grande parte do país uma desconhecida até pouco tempo (quantos brasileiros sabem quem é o Ministro da Saúde ou da Cultura, da Casa Civil? ou quem são seus senadores, deputados??? Se formos pensar bem, são esses que, no frigi dos ovos, decidirão essa eleição!) e sua campanha agarra-se às barras do que foi/é o governo Lula. Se sua vitória se confirmar, não haverá dúvida de que os méritos não terão sido dela; pelo menos não na vitória. No decorrer do mandato são outros 'quinhentos'!

Assim como toda a minha casa, sou fã/admiradora do Luis Inácio Lula da Silva por toda sua trajetória desde a época de sindicalista [com suas derrapadas, falhas e tudo mais!] e, em especial, pela sua perspicácia filha da mãe (pra mim, um componente importantíssimo no seu bem sucedido governo)! A mesma perspicácia e jogo de cintura que faltam à Dilma e que no debate de ontem foi possível observar. Uma pergunta como a da aliança com Sarney e do Collor poderia facilmente ser 'rebatida', pois quem praticamente elegeu o último foi a Globlo e um dos maiores benfeitores da mesma foi o Sarney, durante seu governo.

Bom... a discussão continuou, meu verdinho chegou e mais um dia se foi.
Um detalhe: esse texto não é de oposição à
Dilma Rousseff, muito pelo contrário. Por 'n' motivos estou inclinada a votar nela. Contudo, meu voto será consciente e para se confirmar, ela precisa me convencer de que nesse caso, vale a pena dar - literalmente - o 'voto' (de confiança!). Pois, se para alguns ela não tem visão política; para mim, salvo os nervosismos naturais e algumas derrapadas quanto a dados/órgãos entre 0utros, é muito cedo para tal afirmação. Gostaria sinceramente de ver mais nela/dela! Esperemos os próximos dias!
But...wait a minute: tinha esquecido! s
egundo seu Borega, não conheço política...então...que entendo mesmo de visão política para discordar dos 'cientistas', heim?! (rs)

Ps: Amiga? Eu bem que tentei, mas quem disse? Nada direto!

Ainda conseguimos confiar!

Não é de hoje que os coletivos ludovicences são tomados em diferentes bairros e horários por vendedores de balas, pessoas com tristes histórias, sofredores errantes vindos de interiores pobres com um parente doente, tias que buscam ajuda para um sobrinho enfermo, filhos desesperados porque não podem comprar remédios caros e necessários para sua mãe, deficientes e uma infinidade de outros casos. É bem verdade que em muitos deles, acham-se uma certa malandragem e estórias; e mesmo que muitos tenham consciência de que aquela pessoa a pedir-lhes ajuda está mentindo (não é difícil encontrar aquele pai de família desesperado no ônibus minutos depois em um bar, por exemplo), ainda assim, conseguem ser 'generosos' e acabam dando um voto de confiança e junto com ele, a ajuda pedida. Pode vir com algumas moedas ou mesmo com notas altas, mas nunca descem de mãos vazias. Assim foi a cena de hoje!

Um homem maltrapilho, com um triste história, um olhar meio fugidio pedindo às pessoas o que quisessem doar para que pudesse voltar à sua cidade de origem. Segundo uma passageira, não era a primeira vez que ele pedia ajuda e já há muito trazia consigo o mesmo discurso, a mesma vestimenta...apesar disso, praticamente todos os passageiros compadeceram-se de sua história e o ajudaram. Minha intuição dizia que havia alguma coisa errada ali e, apesar de o 'confiar' ser um dos meus lemas, fui uma exceção e não contribui, como costumo fazer.

Mas o fato de as pessoas terem ajudado, abrindo suas bolsas de imediato e buscando o que podiam dar, deixou-me pensativa e (confesso!) sinceramente feliz. Feliz porque fez-me sentir o quanto somos um 'povo' prestativo, que acolhe, que socorre, que confia...nem tudo está perdido (rs)!

3.8.10

Movimento Negro Maranhense de Luto

O Movimento Negro Maranhense amanheceu de luto nesta terça-feira!
Foi por acaso que soube da morte do coordenador do Centro de Cultura Negra, o engenheiro Magno Cruz, hoje pela manhã. No espanto, questionei: "Hum?! Como?!". Incrível como essas notícias quase sempre me chegam de 'sopetão'!
Não o conhecia pessoalmente, mas seu nome dentro do movimento negro local é lendário; e há poucos dias foi citado numa conversa sobre o movimento e quem realmente trabalhava em prol causa negra; visto como referência, dentre os poucos que realmente vestem a camisa do movimento negro no Estado. E ao ver a admiração e o respeito nos olhos de um querido amigo, ao falar da perda que sua morte representava, acredito realmente que Magno Cruz significou para além disso!
Fica aqui minha homenagem e desejo de uma boa passagem!
Que a causa que ele tanto defendeu, seja, sob as lutas de grupos comprometidos e engajados não só do movimento, mas da sociedade como um todo, concretizada.
Axé!

2.8.10

Eles novamente...

Manhã de segunda...mesa da cozinha...

- Rasa: "Mãe? Três sonhos quase consecutivos e com mesmo enredo, de sexta pra cá, com isso, aquilo..."
- Mãe (levando a sério, sem admitir!): "Não te impressiona. Pense sempre o melhor!"
- Rasa: "Eu sempre penso!"

...em pensamento: "Fez-me lembrar do sonho com o maravilhoso Milton...no dia seguinte...Não! Desanuveando...pura coincidência...ou energias???"
Inclinada a me preocupar com amigos queridos!

1.8.10

Céu ou Mar...tudo se transformou em encantamento!

Não sou 'crítico' musical e talvez nem seja a pessoa mais indicada a falar sobre isso, nem esse texto tem tal pretensão; mas música sempre foi uma paixão em minha vida e, independente da forma, ela faz parte do meu cotidiano. Por isso, acredito que o fator principal - que me faz escrever essas linhas é o que senti na última noite: encantamento!
Ontem em São Luis aconteceu o show da cantora mineira Ceumar. Trazida pela Produtora Musicália, que tem entre uma das direções um dos meus rasinhos mais queridos - Gilberto Mineiro -, a cantora apresentou aos ludovicenses o show "Meu Nome", último disco de sua carreira, lançado em 2009. O Show integra o Projeto Conexões Musicais, da Musicália, que busca, entre outros, uma interação entre artistas nacionais e locais. Nesse show, quem abriu e dividiu o palco em três canções com Ceumar foi a maranhense Tássia Campos.

Para mim e os ralados o show foi a comemoração do aniversário de Poly. Um pré-aquecimento na Praia Grande, seguimos para o Teatro João do Vale. Uns minutos mais, o show de abertura e após, a estrela da noite. Interessante que nesse momento, mal Ceumar entrou, pensei alto e disse à Luca: "Ela entrou de Iansã!". Em seguida, vem Albert dizendo o mesmo (rs). Tudo isso, porque Ceumar entrou toda de vermelho, com os cabelos naturalmente revoltos e belos, constratando com seus olhos claros; e o que mais gostei (que, para mim, compôs o conjunto): estava descalça! Curiosas algumas sintonias...

Voz e violão, Ceumar cantou músicas inéditas e alguns sucessos de sua carreira como Dindinha, do meu conterrâneo Zeca Baleiro. Afinadíssima, passeou pelo palco com segurança e serenidade, interagindo com a platéia.
Parecia atenta a tudo e, ao mesmo tempo, liberta, como se fossem apenas o palco, sua música e ela. Até aí, normal dentro das muitas apresentações que vi até hoje, considerando que cada artista tem uma personalidade musical e isso infere nas suas apresentações, postura e etc.
C
onfesso que há tempos não assistia a um show tão bom, desde o da maravilhosa Bethânia, em Lisboa. Mas meu encantamento não se deu pelo conjunto de tudo isso que escrevi até agora...

Houve momentos - especialmente em duas músicas que não me recordo sinceramente os nomes - que ao vê-la no palco, ao linkar melodia e letra, do nada, fui tomada por uma emoção tão forte, um encantamento tão grande que quando me deparei, senti algumas lágrimas descerem e me veio uma sensação boa de que não era à toa eu estar ali. Não sei explicar! Só senti e foi muito bom!
No final, cheguei à modesta conclusão de que apesar do vermelho que a compunha, ela estava mais para Iemanjá, nos seus momentos de calmaria, de mar!
Obrigada à Ceumar por me proporcionar esse encantamento e aos meninos por me terem levado!

15.7.10

Discussões...

Por que o 'falar do negro e de suas abrangências' que vão desde a questão étnica, racial até aos pormenores que delineiam toda essa esfera afro-brasileira ou como quiserem alguns, afro, apenas, ainda são pano de fundo para muitas disputas, conflitos e uma continuada luta?
Sinceramente, não sabia que título por, apesar de ser tão simples...

Nunca escondi que meu contato com a causa negra, a partir das comunidades remanescentes, é recente, mas também nunca me furtei ao fator 'observação', 'apreensão' e 'prática'. Nesse ínterim, muitas descobertas foram feitas e uma das observações mais interessantes e corriqueiras dentro desse meio foi quanto ao poder das articulações e como elas podem ser um norteador dentro das ações efetivas, do poder adquirido, dos 'jogos de interesses' e, principalmente, das conquistas - pessoais e coletivas. Como isso se manifesta?

Imaginemos uma entidade negra em prol da causa, atuando no fomento às mudanças, na atuação através de ações que mobilizem, contribuam e trabalhem nessa esfera em um determinado local. Para além disso, as parcerias que viabilizam esse trabalho com financiamentos, apoios, etc. Dessas, contemos quantas de fato atuam na concretização dos objetivos propostos e que não se atrelam apenas a criar um grupo cultural, sem um aporte educacional dentre outros que façam parte de diretrizes traçadas...infelizmente muitas. Os recursos até vem, as propostas até existem, mas não são mais a prioridade. Por outro lado, muitas entidades atuam de forma admirável no combate ao racismo, na busca de melhores e mais justas condições para a população negra brasileira, na luta por políticas públicas, enfim...

O que muitas pessoas não compreendem (e aí, que me corrijam os atores sociais dessas entidades) é que tudo isso, sobretudo quando falamos de grandes esferas (entidades, poderes públicos e privaodos, outros) é que se trata de uma rede muito maior e de mais peso do que se pode supor. Uma linha puxa a outra e no meio tempo disso, os interesses, os conflitos, as realizações. Parece confuso, mas para quem está nesse meio algumas coisas podem ser relacionadas...daí, eu, ainda aprendiz (embora já me possa considerar, modestamente, também um ator social nessa caminhada) acabo sempre me lembrando das palavras de Foucault ao dizer que "nao há relação de poder sem constituição correlativa de um campo de conhecimento, ou que não pressupõe e constitui ao mesmo tempo relações de poder"; então, o que temos, senão um emaranhado e de que forma separar o joio do trigo? Como não compreender em muitos casos uma história de vida distinta que acaba por 'justificar' muitas das debandadas de objetivos, ações e às vezes até mesmo de ideiais? Como não perceber as redes formadas e que envolvem grandes partes que implicam na participação de muitas pessoas, de influências, poder, dinheiro e também ações, trabalhos realizados, cumprimento, em certa medida dos objetivos propostos? Sim, há muitas!

Ok...já falei desse assunto em outros textos e que relevância tem ele mais uma vez abordando tal assunto? Talvez nenhuma! Tenho lido muita bibliografia e biografias de pessoas importantes dentro dessa esfera negra, que vai desde literatura a obras científicas, blogs e outras; mas hoje me veio a lembrança de um ativista negro, poeta, que apesar de já ter lido antes algumas coisas, em virtude de um trabalho, não conhecia a fundo sua obra. Com isso, quis ler mais, conhecer mais (já procurando!), sobretudo das poesias; mas isso é uma outra história...falo do gaúcho Oliveira Silveira, um dos responsáveis pelo '20 de novembro', cuja história é muito bonita e que, infelizmente, não terei o prazer de conhecer pessoalmente porque faleceu em janeiro do ano passado.

Ao ler uma entrevista dada por ele em 2008, imaginei como era essa figura e ao mesmo tempo, como pode ser tão contraditório um movimento que tem como bandeira a causa negra. Não, não faço parte de nenhuma entidade negra ainda, e não, não é uma crítica nem destrutiva nem construtiva às entidades e/ou ao movimento, mas um pensamento solitário, de alguém que nesses últimos dias tem refletido muito sobre o funcionamento de todo esse 'universo' e como ele pode ser mais pessoal, íntimo do suposto outrora. Assim, horas depois de 'reviver' Oliveira Silveira, deparo-me com o poeta Capinam emocionando-se e comovendo a todos os presentes numa palestra, contendo as lágrimas entre sua fala sobre a cultura afro-brasileira, sobre o negro e suas causas, sobre o 'todo' componente de tudo isso. Fez-me bem; e apesar de todas as problemáticas dessa questão, cada vez mais me convenço de que valerá a pena!

Bom...depois disso, nada melhor que deixá-los Oliveira Silveira e o poema "Negrinho":

"Um naco de fumo escuro

negrinho

da tua cor, no monturo.

Um toco de pito aceso

negrinho

cor de teu sangue indefeso.

Muito estancieiro safado

negrinho

formigueiro à beira-estrada.

Contra as manhas dessa malta

negrinho

se vai de cabeça alta.

E peço: clareia o rumo

negrinho

de teus irmãos cor de fumo."

24.6.10

Quando somos muito emoção...

O ser humano é incrivelmente complexo, ao mesmo tempo em que pequenos 'fragmentos' de si o revelam como se o estivéssemos desnudando por completo. Isso é ruim? Em absoluto!
Muito de nós vem de nossa trajetória, de nossas vivências, de nosso constante aprendizado, das nossas experiências...e nossa personalidade (ou se quiserem chamar de natureza!) está imbuída de tudo isso e um pouco mais.
Há vários textos digo que muitas vezes dizemos mais de nós do que pensamos (e isso vale pra mim também!). Há aspectos em nós que se visto com cuidado, se intuído, sentido, nos apresentam; apresentam nossas vontades, nossos desejos, até mesmo nossos ocultos...e aí, conseguimos perceber o outro mais do que se imagina. Mesmo para uma '
aprendiz' em muitos sentidos (quando o deixamos de ser?).

Ainda nesse sentido, quando somos muito emoção, muito 'coração', acabamos por ver aquilo que inconscientemente queremos (ou não queremos); por sentir aquilo que não existe...ou (quem sabe?) por determinar algumas coisas. Nisso, tenho uma péssima mania de ser muito franca com as minhas coisas e dizer o que penso, mesmo que nem sempre seja explicitamente. Porém, percebi que em alguns momentos não é bom ter tanta franqueza, porque não são todos que sabem receber o que se diz. Ainda assim, digo! Talvez um dia seja mais comedida...Quem sabe? Estamos sempre mudando, amadurecendo, aprendendo. Por outro lado, por gostar que as pessoas também me sejam francas, acho que não mudarei. Ninguém é perfeito

O por quê do texto?
Bom...me foi permitido, de certa forma, a exposição do que há muito estava guardado, fruto de observações capturadas tem um booooom tempo; e como minha memória é 'filha da mãe' pra isso (menos quando preciso dela! rs), acabo por guardar com detalhes quase tudo. Meio doido, é verdade, mas acontece, acreditem ou não. Sou capaz de lembrar de pequenos detalhes, pormenores que muitos não lembrariam...(rs)...sim, eu sou normal (rs)!

Digo isso, porque há coisas que não devem ser 'emotivamente' ditas, pensadas, interpretadas de imediato, porque lidamos sempre com pessoas distintas de nós, e a recepção pode nem sempre ser a esperada. O que sei é que fui absolutamente sincera, mas também incrivelmente observadora; e hoje, é possível visualizar alguns terrenos , caminhos. Bem...fiz a minha parte. Fiquei feliz por isso, pois não gosto de mal entendidos, de coisas por dizer, de 'visões' erroneamente apreendidas. Enfim!

Sempre cá estou discorrendo sobre 'passagens' minhas.
Acho...acho não, tenho certeza...preciso de férias!!! Tudo bem que férias só daqui há uns seis meses, mas os Lençóis Maranhenses ainda estão na minha lista. Ouxe, que desejo bom!

10.6.10

Minhas palavras...

Um dia, disseram-me que as palavras deveriam ser sempre comedidas, pensadas, cuidadosamente proferidas...seria mais sensato!
Concordo em alguns pontos. Acho que não venho sendo exatamente comedida com as minhas. Não quando se trata do pessoal, porque em dados momentos, a intimidade te dá a liberdade de não medí-las - as palavras. Não implica dizer a torto e a direita tudo que lhe vem à cabeça...mas há situações em o que muito cuidar tira-lhes a 'verdade', a emoção, a espontaneidade!

Tenho sido muito espontânea ultimamente. Na maioria das vezes, sem danos. Uma espontaneidade que, de certa forma, deixa-me mais livre, sem reservas ou pressões. De repente, a espontaneidade que aquele saudoso quilombola disse "que me dava a juventude e inocência de uma criança ao mesmo tempo em que deixava com a malícia do florescer de toda uma vida, mas também a seriedade que me torna velha quando eu deveria começar a viver!". Tudo bem que muitas vezes ele me falava pela metade, como se a deixar o complemento para mim, mas de certa forma, há alguma razão nisso!

Sempre digo para ponderarem minhas palavras e não as interpretarem pelo 'imediato'. Não gosto de me preocupar com as interpretações que possam ser erroneamente feitas a partir delas, o magoar, o confundir...não gosto da sensação de 'quebra'...mas hoje, já não me atenho tanto a isso...espontâneas ou não, são as minhas palavras, apenas minhas!