10.8.10

Ainda conseguimos confiar!

Não é de hoje que os coletivos ludovicences são tomados em diferentes bairros e horários por vendedores de balas, pessoas com tristes histórias, sofredores errantes vindos de interiores pobres com um parente doente, tias que buscam ajuda para um sobrinho enfermo, filhos desesperados porque não podem comprar remédios caros e necessários para sua mãe, deficientes e uma infinidade de outros casos. É bem verdade que em muitos deles, acham-se uma certa malandragem e estórias; e mesmo que muitos tenham consciência de que aquela pessoa a pedir-lhes ajuda está mentindo (não é difícil encontrar aquele pai de família desesperado no ônibus minutos depois em um bar, por exemplo), ainda assim, conseguem ser 'generosos' e acabam dando um voto de confiança e junto com ele, a ajuda pedida. Pode vir com algumas moedas ou mesmo com notas altas, mas nunca descem de mãos vazias. Assim foi a cena de hoje!

Um homem maltrapilho, com um triste história, um olhar meio fugidio pedindo às pessoas o que quisessem doar para que pudesse voltar à sua cidade de origem. Segundo uma passageira, não era a primeira vez que ele pedia ajuda e já há muito trazia consigo o mesmo discurso, a mesma vestimenta...apesar disso, praticamente todos os passageiros compadeceram-se de sua história e o ajudaram. Minha intuição dizia que havia alguma coisa errada ali e, apesar de o 'confiar' ser um dos meus lemas, fui uma exceção e não contribui, como costumo fazer.

Mas o fato de as pessoas terem ajudado, abrindo suas bolsas de imediato e buscando o que podiam dar, deixou-me pensativa e (confesso!) sinceramente feliz. Feliz porque fez-me sentir o quanto somos um 'povo' prestativo, que acolhe, que socorre, que confia...nem tudo está perdido (rs)!

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