16.2.10

Sincretismo? Luta? Negro? Capoeira? Diferença? Uma história?...um Besouro!!!

a CAPOEIRA...

Houve tempos em que era considerada coisa de negro, portanto, coisa ruim...combatida como crime no início do século XIX, hoje, é praticada por todo o país e mundo, inclusive por muá, que ainda engatinha ainda nos primeiros...movimentos!

Sempre quis fazer capoeira, até que na Universidade descobrimos um aluno-professor que dava aula no núcleo de Educação Física. Seu nome como capoeirista? Feijão! Ensinou-nos os primeiros movimentos (até hoje sinto as costas por um tombo que levei 'jogando(?)' com ele...principiante x veterano...rs), mostrou-nos sua paixão pela capoeira e apresentou-nos o Tombo da Ladeira, do mestre Gavião. Depois, acasos do destino, não pude mais fazer, mas a paixão continuou e cada vez que ouço o berimbau, que vejo uma roda, que ouço as cantigas meus sentimentos pela capoeira voltam e a vontade dobrada em continuá-la também (2° semestre não escapo)!

Mas não é pra falar da história da capoeira nem do meu envolvimento com ela que faço esse post. Na realidade, ele estava no rascunho do blog desde que vi o filme 'Besouro'; e hoje, quando estava escrevendo outro texto, percebi que não tinha terminado aquele. O post vem muito em função do filme, que minha irmã assistiu quando de sua exibição nos cinemas e chegou esbaforida dizendo: "Milena, tu vais te apaixonar por Besouro...não, a Iansã é linda, os orixás representados, o contexto histórico...vou comprar!"... e com
prou e eu vi! Pra que!!!...apaixonei-me!


Acho que foi todo o universo que ele apresentava (religiosidade, capoeira, escravidão, as relações sociais, Bahia, anos 20...enfim!). Um filme simples, atores novos, representações delicadas (assim o percebi!), abordagem cuidadosa, formato bacana...e aí, ou sou muito 'zé' como dizem alguns cdx ou realmente tenho o pezinho lá (hehe), porque o que pra muitos não é nada demais, pra mim, significou muito e à proporção que assistia, emocionava-me e acabava por pensar em 'infinidades' (todas relacionadas a isso!).

Ao final, questionava-me sobre quantas coisas por descobrir, quantos ocultos, inimagináveis estão por aí, nos cercam sem que percebamos e mesmo as 'ruins', 'impostas' em função de interesses alheios, invejas, etc...confluem de forma diferente, mesmo que sejamos sempre cobrados por nossas ações. Sempre!
Não entendeu nada? A idéia é essa
(rs)!

Voltando pro filme...'Besouro (Ailton Carmo) foi o maior capoeirista de todos os tempos. Um menino que - ao se identificar com o inseto que ao voar desafia as leis da física - desafia ele mesmo as leis do preconceito e da opressão. Passado no Recôncavo dos anos 20, Besouro é um filme de aventura, paixão, misticismo e coragem. Uma história imortalizada por gerações, que chega aos cinemas com ação e poesia no cenário deslumbrante do Recôncavo Baiano.' (interfilmes.com). Além dos atores novatos, a trilha está bacana (Gil entre outros) e começa com o maravilhoso Milton Gonçalves narrando...Então, pra quem não viu o filme, nada de perder tempo. Pra quem não conhece a capoeira, tá esperando o que?!

Pouquíssimas vezes vi alguém observar uma roda de capoeira e não sentir vontade de também fazer parte desse...rito?...dessa...dança?...dessa...luta?...que importa? O que vale é o que se sente ao adentrar nesse 'universo' cheio de ancestralidade e se permitir!

2.2.10

Hoje as saudações são para ela!

Dentro do sincretismo brasileiro ela é, talvez, a personagem mais deslumbrante, a figura mais instigante e, ao mesmo tempo, reveladora. É 'Rainha' (tinha que ser!), é mãe, é sedutora, é forte, é austera e doce, bravia... é dona...é Iemanjá. Mais uma vez, em 2 de fevereiro, as palavras são para ela!



"Vem do luar no céu, vem do luar, no mar coberto de flor, meu bem...de Iemanjá, de Iemanjá a cantar o amor e assim mirar, na lua triste no céu, meu bem; triste no mar...Se vc quiser amar, se vc quiser amor, vem comigo a Salvador para ouvir Iemanjá..."Baden Powel e Vinícius de Moraes (Canto de Iemanjá)

Então...Odoya!