18.2.08

MPB debaixo de chuva: uma união que deu muito certo!

Era um sábado normal para mim. À tarde, Humberto de Campos, reflexões sobre a justiça humana e a justiça divina. Fazia um tempinho que não assistia a uma palestra tão bacana. Depois, São Pedro anunciou uma noite de chuva que ora viria como um temporal, ora como um simples chuvisco dando aquela vontade de correr pra debaixo do cobertor, curtindo um friozinho gostoso na minha cama...Entretanto, o sábado foi diferente, especial. Acabei no Circo Cultural da cidade, assistindo ao show do Projeto Pixinguinha. Diria que foi um show mágico por "n" motivos.
O Projeto Pixinguinha fez em 2007 trinta anos e está encerrando a temporada com um show de Ivan Lins, André Mehmari e Tatiana Parra. A cidade de São Luis foi escolhida para abrir essa edição. O Projeto proporciona a nós - meros mortais - curtir o som de grandes e novos nomes da Música Popular Brasileira. Une gerações trazendo música boa por um custo zero, já que a entrada é franca. Ivan Lins abriu a primeira edição do Pixinguinha há trinta anos ao lado da cantora Nana Caymmi e hoje, fecha essa edição comemorando essas três décadas. Um presente pra nós!


Na realidade, descobri o show por acaso. Nem imagino como me sentiria ao saber que houve um show como esse aqui e eu tivesse perdido!


Seria mais um show dos muitos que já assisti, não fosse o espetáculo, a magia, a afinação de vozes, intrumentos e pessoas...talvez pareça exagero, mas quem estava presente a esse show dificilmente discordará do que relato.

O André Mehmari era desconhecido pra mim até então. Mas com que maestria ele passeou por aquele teclado. Em alguns momentos, a impressão que se tinha era de que ele estava incorporado. E a Tatiana Parra? Que afinação, que voz suave, porém com personalidade...simplesmente encantadora. Descobri que ela é (ou era?) backing vocal do Sandy e Júnior. E Ivan Lins...bem...esse dispensa comentário. Simplesmente m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o!






Super simpático, brincou com o público, fez uma pequena homenagem a João do Vale (o que me deixou muito feliz!), emocionou-me muito. Na realidade, eu estava fascinada, quase em transe, sobretudo quando ele cantou Bilhete. Nossa! Foi lindo. Confesso que o charme de Ivan Lins não me passou despercebido também. Charmosíssimo, por sinal. Foi engraçado perceper durante o show e no final também, que não fui a única a notar isso (rsrsrs). Que o Cláudio Lins me desculpe, mas perto do pai...as mulheres presentes que o digam!


Foi sem dúvida um lindo show. Aliás, fiquei muito feliz por ver o Circo Cultural da Cidade completamente lotado; por ver as pessoas cantando e curtindo o show como poucas vezes se vê por aqui. Algumas pessoas dizem que o "povão" não curte música boa, mas tenho que discordar disso, pois havia um público muito diversificado ali. E que bom que foi assim!


E é isso. Quem estiver por Recife, Natal e Maceió, por favor, não deixe de ver esse show, pois com certeza amará! Estas são as próximas paradas do Projeto


Para as "rasinhas" que não foram ao show, sinto muito, mas...perderam!


Só senti falta de uma coisa no show. Ivan não cantou Começar de Novo e Abre Alas. Mas tudo bem. A gente não pode ter tudo. Quem sabe num próximo?!

9.2.08

Por mais que saibamos que todos farão essa passagem, nunca estamos preparados pra ela!

A morte quase sempre nos assombra por mais que acreditemos que ela seja um meio, não o fim. Sendo assim, seria mais lógico não sentir dor e desespero quando isso acontece conosco, certo?!
Infelizmente, nem sempre é assim!

Deus é, sem dúvidas, um Ser de sabedoria e amor infinitos. Muitas vezes, Seu tempo não é o nosso. Seus planos para nós não são os mesmos que fazemos. Entretanto, mesmo que se tenha consciência disso, ainda assim, quando os acontecimentos são contrários à nossa vontade, somos surpreendidos por uma eclosão de sentimentos acumulados e intensificados pelas ações do momento.

Confesso que embora pareça difícil, quando se crê na eternidade, a dor se revela com certa brandura. Você busca na aceitação de que a vida é um momento, uma passagem...a consolação.

Na terça-feira de carnaval, uma guria que vi crescer morreu em um desastre de carro muito violento, vindo pra São Luis. Tinha apenas 23 anos. Não dá pra descrever nem imaginar o sofrer de seus pais, irmão, amigos, parentes. É contraditório, mas a dor, mesmo em conjunto, consegue ser "individual".

Se a princípio, minha reação foi de choque pelo que aconteceu, e pela forma como aconteceu, passou a ser depois de reflexões que ora beiravam ao questionamento, ora à crença de que não sabemos os desígnios da vida pra nós. De repente, me vi a perguntar se seria esse o destino dela, ou se seria apenas uma fatalidade! Se esse era o momento de ela desencarnar, e se a forma como aconteceu - tão trágica - teria alguma fator relacionado a outras vidas.

Assim eu segui pensando. Mas no decorrer das horas, meus sentimentos foram de respeito e conformação. Respeito pelo ocorrido como um todo, porque não somos aptos a questionar as guinadas da vida; e conformação por crer que a dor sempre vem acompanhada de um bem, de um aprendizado, ainda que não percebamos no início.

A vida tem suas nuances e questioná-la significaria, de certa forma, questionar a Deus. Senti muito o ocorrido. O que espero é que não haja revolta, mas que (ainda que pareça impossível) não se "maldiga" a vida ou a Deus.

Nessas horas, o tempo é sempre bem-vindo!


Odo Iyá, Rainha do Mar!

No último sábado, dia dois de fevereiro, foi comemorado o Dia de Iemanjá.

Também conhecida como Janaína, Senhora das Àguas...Iemanjá é um orixá africano, cujo nome deriva da expressão iorubá Yèyé omo ejá (Mãe cujos filhos são peixes).
Festejada na Umbanda e no Candoblé, Iemanjá também corresponde no catolicismo à Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora dos Navegantes e...uma infinidade de nomes. Mas isso, acho que muita gente já sabe.

O sincretismo religioso brasileiro é algo de uma intensidade
e diversidade enormes. São muitos os santos, orixás, caboclos, gurus, doutrinas...Uma diversidade tamanha que torna o país um balaio de gato de muitas faces. Isso é maravilhoso!

Cada um escolhe o que quer seguir e como seguir. Pra mim, respeitar o direito do outro de fazer parte do que achar melhor é mais que um direito, é um dever!

Como saber se a religião ou doutrina ou sei lá o quê que eu sigo é o certo? Seria muita pretensão nossa. Não há como saber, por mais que muitas pessoas atestem e tentem provar por "A" mais "B". Não vale interferir na vontade alheia sob nenhum aspecto, principalmente religioso. A vida está aí a cada segundo mostrando que nossa única certeza é a morte (que pra mim, não é o fim, mas o começo!). No fundo, não é difícil perceber que somos reflexos de nossas escolhas. Em outras palavras, cedo ou tarde responderemos por nossos erros e seremos recompensados pelos acertos. Não precisa de religião pra isso! Não estou desmerecendo a religião, nem dizendo que ela não seja, de certa forma, necessária. Ela tem seu valor, sim. O que dificulta é a forma como nós reconhecemos e validamos isso.

Na realidade, um coisa que deve valer é cada um buscar o próprio progresso, sem se ater ou desejar o mal alheio, construir com suas próprias ações, agir por si, ainda que em função de muitos.

Houve um dia em que uma amiga disse que aquele que crê em santos, orixás, buda, espiritismo e outros está cego, influenciado pelas forças do mal...
Sinceramente? Respeito a maneira como ela percebe tudo isso, mas discordo completamente, embora saiba que muitas vezes, a forma como pensamos é reflexo da educação que nos foi dada, das coisas que nos foram passadas para acreditar como certas, mesmo que isso não nos redima do aprendizado da vida.

Acho todo esse sincretismo lindo. Acredito que há muito mais coisas sobre nós que nossa simples e ainda bruta concepção nem sonha conhecer.
Falta-nos apenas mais tolerânica!

Deus é um só! Que importa seu nome?