19.8.10

'Esse tempo'

''Como sois tola, criança
pois não me cres quando em vez
mesmo dizendo não temas,
vês o que o tempo quis mostrar
e deliras
ao interpretar essa parte da natureza!

Esqueces que esse tempo
pode ser pueril e traiçoeiro
quando responde aos atos impensáveis
negativos, mas seculares
heranças ancestrais
que muitos se negam a ver

Esse tempo me veio,
é verdade
sem avisar da sua passagem
movimentou os meus caminhos
como se nele fosse reinar
Sabia que eu seria tola
pois cria numa alma boa
que a mim veio apresentar
uma infinidade de outros caminhos
que jamais sonhara poder trilhar

Caminhos sublimes,
dotados de uma simplicidade
que não tem explicação
com pouco, tirou todo o velcro
a tapar o olhar para o mundo
e os bons, maus a rodear

Mas o tempo, guerreiro
também tinha um quê de fragilidade
que na sua crença autosuficiente
de que fiéis suas fendas são
impensadas passaram
qualquer força ou ato
dessa lealdade quase que
voraz, a lhe mudar as rotas
a lhe fazer fulgás

Sim, sois tola!
pois já houve o dia em
que a natureza ameaçou tomar do tempo sua parte atroz
esse ser tão caro, parte de uma criação divinal
é apenas um grão, sequioso de viver sua missão
de ser uma bela passagem, tão sincera quanto as vontades
de conseguir levar-te a paz

pois paz é seu maior desejo
harmonia entre todos os tempos
sua certeza é uma verdade
haverá um dia em que a realidade
se revelará,
começo, meio, contínuos
passos do que foi um dia,
do que é o dia
do que um dia foi,
do que um dia será!''

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