Poucos sabem sua origem e trajetória religiosa, mas há muitas décadas festejam a santa branca num misto de sincretismo, religiosidade, laços, tradição, cultura; hoje, com algumas nuances distintas, que aqui não cabe explicitar. Trata-se de uma celebração muito bonita e por si só, um campo de estudo de muitas possibilidades.
Ano passado foram três dias de marteladas, sobe e desce escada, cola aqui, suspende acolá, filma a saída, fotografa as danças, aprende a preparar o bolo de tapioca (ou pelo menos a moldá-lo, o que segundo duas jovens senhoras muito queridas me saí muito bem =D), acompanha a procissão, rever pessoas queridas, descobrir outras mais, os sorrisos infantis, a intimidade espontanea e muita sinceridade e carinho recebidos.
Assim como naquele, esse ano era para ser uma viagem de trabalho, mas acabou sendo também uma viagem de surpresas, a começar pelas companhias de um c. de xita e sinhá e dias antes de um raso e divertidissima e profissional Áurea, cuja cumplicidade e sintonia foram maravilhosas. Muitas apreensões e observações preciosas, que nesses três anos e meio a contar o primeiro contato não havia presenciado/compreendido/apreendido. Como pesquisadora foi um presente: espectadora de um ritual mais simbólico do que efetivo. Como pessoa e, de certa forma, hoje parte daquilo tudo, um 'renovar de forças' e também um distinguir das mesmas sob 'n' sentidos e formas.
Fica aqui minha homenagem a Santa Teresa D'ÁVila de Jesus e àquele território étnico belo, complexo e rico, do qual muito me orgulho de conhecer um pouco e de tantas coisas boas que vivi por lá e a partir de lá.