12.3.10

O mundo é dos espertos?!

Depois de um dia em que os sapatos e eu comprovamos que decididamente não nascemos um para o outro, e de um bom banho (gelado), eis que me dou alguns pesquenos minutos de folga entre uma leitura e uma ação, e começo a teclar com uma amiga absolutamente 'da pá virada!'. Discutíamos sobre as relações sociais-pessoais-profissionais e como elas interagem quando se tem um 'todo' a cercar-nos. Dificilmente se consegue separar tais relações de uma forma que fiquem distintas e sem influência das outras; mesmo quando não se percebe. E eu, como não gosto nadinha de conversas cheias de suas 'filosofias', achei tão ruim essa discussão(rs). A conversa começou a partir de uma história sobre pessoas 'espertas demais', que não gostam de dividir os 'louros', que por mais que pareçam ter um bom coração, alguma coisa nelas não bate, parece duvidoso. A história que ela contava era cheia de detalhes e eu escutando e escrvendo, escutando e escrevendo... Então, acabamos num consenso:

É fato que vivemos num círculo onde as vaidades, os interesses, os contrários se configuram de 'n' formas e o modo como lidamos com isso é que faz toda a diferença, mas...conseguimos mesmo separar o 'joio do trigo'? Conseguimos mesmo perceber os 'jogos', os 'olhares aparentes', a cobiça, os sentimentos sinceros de amizade, enfim...das disputas?! O ser humano, por natureza, é vaidoso e isso implica, muitas vezes inconscientemente, em naturalmente se colocar na vida sob esse adjetivo; em buscar...busca-se muito!

As caminhadas da vida vão se moldando e você vai apreendendo e aprendendo com ela; posicionando-se, percebendo que muitas vezes, ceder implica numa 'estratégia de sobrevivência', que não significa viver em constante desconfiança ou mesmo defendendo-se a torto e a direita de tudo e todos, achando que todos são seus inimigos, que querem usurpar seu...briho?...como se o mundo girasse em torno única e exclusivamente em função sua. Nãaaoo! A vida é muito mais que isso e mesmo nas relações, pode-se contornar muita coisa!

Agora...

Não devemos deixar de mão nossa intuição (pra quem crer nela!), aquela pontada que te dá com uma fala, um olhar, um gesto, uma atitude diferente do outro e que te abre um leque de coisas, de momentos, de ações, etc. que antes não era percebido.
Sentir...nossa, como isso faz uma diferença no desenrolar dos acontecimentos, da vida! E aí, uma palavrinha que gosto muito de usar (e pratico!) é a CONFIANÇA. Confiar...mas confiança requer de nós um desprendimento muito grande; uma conduta muito 'desprendida', um agir muito 'seu'! Talvez por tudo isso, ainda caminhe confiando, mesmo quando não há reciprocidade, mesmo percebendo que o 'torto' vem do outro e não de mim...porque ninguém toma nada de ninguém, porque ninguém constrói sozinho, porque sempre se precisará do outro...não porque não conseguimos fazer por nós mesmos, mas porque o 'só' não completa, não partilha, não une!

Como costumo falar por mim, ainda prefiro seguir meu caminho de acordo com minha consciência, andando com passos que creio serem certos, 'meus'...mas sempre atenta à minha intuição, meu sentir...que me diz muito, de muitos; que me dá forças, que me mostra...que a vida é o que fazemos dela; que nossas ações nunca são ocultas e responderemos por elas; que em função dos interesses, de um cotidiano nem sempre vale a pena intervir para mantê-lo, mas como cada um sabe de si e se assim crê, que siga e boa sorte!; que não é crime buscar sua vitória, seu sucesso, seu 'brilhar', mas é preciso se ter em mente que o oculto cedo ou tarde se revela e não vale a pena; que todos têm seu espaço; que o coração muitas vezes é enganoso, mas em muitas, tem razão...

Na realidade, relacionar-se com o ser humano não é nenhum bicho-de-sete-cabeças. Requer apenas que este seja mais tolerante e mesmo percebendo o outro, não deixe de seguir a danada da consciência!
No final, ela disse preferir não confiar, porque vivemos num mundo onde 'os espertos' estão por todos os lados e por fim, me chamou de doida (rs), porque sou complacente com muitos, mesmo sabendo mais sobre eles em relação a mim e ao outro do que eles pensam; e de boba, por teimar em construir sobre passos nada atuais (posso chamar de politicamente corretos?), afinal, vivemos num mundo globalizado, de competições, de cada um por si e ninguém por todos...será?!
A continuação ficará para uma conversa parte 2 (rs)!

1 comentários:

Angélica Nunes disse...

Se o Mundo é dos espertos.. espero que o Céu seja dos babacas...Pois eu sou A Bah da Babaca!kkk
O que não significa que não dividirei o Céu com alguns espertos... se são espertos vão conseguir enrrolar São pedro... será?? Bom... no fim, penso como você.. sigo "meus próprios passos.."
e acredito naquela "pin" sinal de perigo que aciona em determinado momento..