23.7.11

Amália, o fado, a chuva...


Hoje completaria (oficialmente) 91 anos a Rainha do Fado, Amália Rodrigues. Não por menos, o dia amanheceu saudosista, mas inquietantemente acalentador. Coincidência ou não, passeando ontem, deparei-me com Mariza e ai a vontade do fado foi maior, e com ela o todo!

Gosto dos fados densos, sofredores, carregados de uma força tão instigante que não te permite outra alternativa que não senti-los e entregar-se, mas também dos cândidos, tão somente de amor. No repertório de hoje, a passagem de Vinicius de Morais. Confesso que não sei qual dos dois invejei: se Amália, pela honra de estar ao lado daquele homem-poeta; se de Vinicius, pela proeza de ouvir, a poucos metros de si, aquele canto 'camoneano'. Ousadia descabida a minha, mas sentimento não tem fronteira, que dirá os sonhos!

Assim que cheguei à terrinha, que também em meu sangue pousa, estreava o filme biográfico da Amália e com uma natural inclinação para biografias, os trailers, cartazes me chamaram atenção. Até então, música portuguesa, para mim, só tinha espaço com Madre Deus, Dulce Pontes, embora já a tivesse ouvido.

Sim, hoje amanheci fadista, mas dei a Amália todas as honras, sem abster-me de junto com ela virem também as lembranças. Acho que poucas vezes quis tanto estar em Portugal como hoje. Não pra voltar no tempo, mas fazê-lo meu - por livre e espontânea vontade. Talvez seja a chuva que começa a cair agora, bravia, como se quisesse chamar a atenção pra 'melodia de suas gotas que lavam para além do corpo, a alma'...e o fado!

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